segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A moda na Renascença - Parte I



Como vimos no post anterior, durante o Renascimento os olhos do indivíduo — antes voltados para Deus — voltam-se para si próprio e para os outros. Muitas obras artísticas desse período exploram a nudez e a beleza do corpo, tão demonizado na Idade Média.
A preocupação em ver e ser visto torna-se fundamental para a sociedade da época, influenciando não somente a moda, mas também a arquitetura. Nas casas das famílias ricas de Veneza, por exemplo, eram muito comuns sacadas onde as damas da sociedade passavam seu vasto tempo livre olhando as pessoas que circulavam nas ruas, e assim também eram vistas.
Estas importantes mudanças no comportamento da sociedade influenciaram também a moda, principalmente no que se refere à identidade de gênero. Se antes tanto homens e mulheres usavam roupas bastante semelhantes, no Renascimento estas passaram a ser totalmente diferentes. Enquanto o traje masculino encurtava, o feminino ficou mais longo. Homens e mulheres passaram a usar roupas mais extravagantes, com bordados, cores fortes e ajustadas na cintura.
Como roupa de baixo, tanto os homens quantos as mulheres usavam a chemise, uma camisa branca usada à mostra para sinalizar que aquele indivíduo era uma pessoa limpinha e que sua chemise estava branquinha, mesmo que fizesse um ano desde seu último banho.

A moda masculina


A túnica curta, muito usada por cortesões no período gótico, voltou repaginada com algumas alterações, tornando-se o gibão (imagem abaixo). A principal diferença entre as duas peças reside no volume que o gibão tem sobre os ombros — muitas vezes ele recebia enchimentos para tornar esse volume ainda maior. Foi nessa época que se consolidou a silhueta “Y” para os homens, que continua sendo referência de boa forma até os dias de hoje.  

Diversos modelos de gibão, jacket e braguetes.

Além do gibão os homens usavam ainda outras peças, como a jacket  ou ainda uma túnica aberta na frente e calções curtos, usados com meias longas que podiam ser de cores diferentes em cada perna para sinalizar a que clã ou família pertencia o individuo e também um sapato fechado com bico fino e pontudo ou não. O acessório mais, digamos... diferente desse período era a chamada braguette (imagem abaixo. Detalhe para o cachorrinho). Era uma espécie de porta-pênis costurado entre as duas pernas das calças, usado para sinalizar virilidade.

Modelo de braguette

Para ostentar suas riquezas, os grandes senhores usavam enormes colares que iam de um ombro ao outro. Alguns eram tão grandes que eram usados atravessado no peito. Também era muito utilizado o rufo, um acessório usado por ambos os sexos que consistia numa espécie de gargantinha de tecido engomado e rendado usado no pescoço, geralmente da cor branca, que por fim acabou evoluindo para um tipo de gola.


Rufo, acessório usado tanto por homens quanto por mulheres

No próximo post falaremos um pouco sobre a moda feminina na Renascimento e suas curiosidades.







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